OS PRIMEIROS PERÍODOS
O primeiro período aparece por volta dos 12 anos, considerando-se normal se vier entre os 10 e os 16 anos. É normal o período adiantar-se ou atrasar-se, no máximo, uma semana. O ciclo menstrual é calculado contando desde o primeiro dia do período até ao primeiro dia do período seguinte. Podes ter ciclos menstruais longos ou ciclos menstruais curtos. Assim, considera-se normal que os ciclos menstruais tenham uma duração de entre 21 e 35 dias. Se quiseres tê-lo bem controlado, podes criar o teu Period Calendar de Evax& Tampax (se ainda não o tens).
Na verdade, calcula-se que apenas 30% das mulheres tenham os ciclos regulares durante a maior parte da sua vida fértil, já que em 30% tem ciclos menstruais "longos" (de mais de 35 dias), em 30% tem ciclos menstruais "curtos" (de menos de 21 dias) e em 10% são "irregulares" ou "variáveis".
Além disso, como o período é regulado pelo funcionamento das hormonas e este funcionamento varia consideravelmente nas diferentes etapas da vida da mulher, é inevitável que os ciclos sejam diferentes consoante a etapa em que nos encontremos. É normal que os ciclos variem entre ciclos menstruais longos ou ciclos menstruais curtos.
Assim, nos primeiros anos que se seguem à menarca, ou primeira menstruação, considera-se um facto habitual as jovens terem os ciclos irregulares. Embora algumas mulheres tenham ciclos muito pontuais desde o seu primeiro período, considera-se normal a existência de longos intervalos de tempo entre estes períodos nos dois ou três primeiros anos de vida menstrual. Também pode acontecer que os períodos se adiantem ou sejam mais abundantes, com mais fluxo menstrual, mas tal pode representar um risco de anemia se a perda de sangue for excessiva.
E O ÚLTIMO?
Embora, quando temos o período, tenhamos a sensação de que sempre o teremos, é bom saber que, a partir de determinada idade, que também pode variar muito de mulher para mulher, o período desaparecerá. Este facto é conhecido pelo termo menopausa. Nos últimos anos antes do período acabar por completo (fase denominada ‘climatério'), também é normal, tal como no início da vida menstrual, os ciclos serem irregulares. É normal que os ciclos variem entre ciclos menstruais longos ou ciclos menstruais curtos. Assim, podemos encontrar longos períodos de amenorreia (ou ausência de período) em mulheres de idades maduras e, posteriormente, ciclos normais durante mais algum tempo. Em alguns casos, o período pode adiantar-se repetidamente, o que deve ser avaliado do ponto de vista médico devido ao risco de anemia que representa. É também necessário ter atenção ao fluxo menstrual.
Evidentemente, os ciclos menstruais também sofrem alterações em outras etapas da mulher. Durante a gravidez, o período desaparece, e durante a amamentação, pode diminuir, desaparecer ou ser irregular.
O excesso de desporto, o stress e as variações de peso significativas também podem causar o desaparecimento do período, assim com as viagens. O período também pode desaparecer por diversos distúrbios endocrinológicos e doenças ginecológicas.
QUANTIDADE E DURAÇÃO
Quanto à quantidade e à duração do período, também podem variar nas diferentes etapas da vida reprodutiva da mulher. Os ciclos menstruais podem ser ciclo menstruais longos ou ciclos menstruais curtos consoante as circunstâncias do corpo. Também o fluxo menstrual pode variar. Considera-se normal que o período dure entre 3 e 8 dias, e a quantidade de fluxo menstrual (avaliada de forma subjetiva) deve ser inferior a 8 apósitos (pensos higiénicos ou tampões) encharcados por dia. Próximo da menarca e da menopausa, a mulher pode ter variações na quantidade e duração do período. Após o parto, também é frequente os períodos serem mais abundantes. O fluxo menstrual também pode alterar. Alguns medicamentos podem provocar variações na quantidade de fluxo menstrual.
As dores que aparecem com o período (denominadas dismenorreia) também podem variar de mulher para mulher ao longo da vida reprodutiva. Há mulheres que nunca sentem essas dores e outras que passam francamente mal. É frequente que, nos primeiros anos, os períodos não sejam dolorosos, e que depois, com a idade, surjam as dores. Mulheres com períodos dolorosos sofreram uma diminuição significativa das dores após um parto.
Finalmente, alguns tratamentos hormonais podem causar alterações no aspeto e na quantidade e regularidade do período. Por exemplo, os contracetivos hormonais costumam regulá-lo, diminuir a sua quantidade e as dores. O DIU de cobre pode originar períodos mais abundantes e dolorosos e o DIU de progesterona normalmente diminui a quantidade e, inclusive, elimina o período por completo. Os implantes subcutâneos de progesterona também podem causar alterações nos ciclos menstruais.
Artigo elaborado pelo Comité Médico de Saúde da Mulher Dexeus - Fundação Dexeus Saúde da Mulher.